terça-feira, 28 de janeiro de 2014

O Amanhecer no Firmamento



Levantava-se o firmamento anunciando a manhã,
outra vez o império púrpura ressoa
irradiando luzes que brindam o Renascimento.
Do mundo refeito na vastidão, outrora vácua,
refulgem as novas criaturas
(estas que agora preenchem os cenários
que se alastram, infinitos).

O amanhecer era ofuscante para nós,
perdemo-nos por caminhos não antes vistos e ao longe
os vislumbres saudavam os recém-chegados.

Explicou-se o mundo novo como não fizera o anterior,
Abriu com isso tantos mistérios que ao fim
o pensamento já não servia a nada.

As almas mais jovens espalhavam-se entre campos,
assombros desconhecidos também espreitavam.
Não era exatamente o mundo; o tempo por certo não estava lá.
Tínhamos, além da manhã, as tardes e tínhamos também as noites,
o ontem, o amanhã e o hoje acontecendo em um só:
já não era a continuidade irrevogável.

Embebedei-me! –  
e ao velho mundo fiz um brinde
(e esquecendo-me dele, foi que me esqueci de mim):

A plenitude não me fora negada afinal.

(Thiago Nelsis)

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