terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Animalesco




Sempre se repete a desgraça e cansa,
Pois já não dói mais... se nunca descansa!
Na vida constante há sempre o momento
Que assim se segue! Se não traz alento

Nem sempre agride-nos o triste acaso.
O fado – tal como jogo de azar –
Premia-nos com a crueza e o pesar,
Logo aceitamos viver em descaso...

Foi roubado o homem de sua natureza,
De todo o apetite fora privado.
E se houver de suportar com leveza

A dor de ver-se animal enjaulado,
Fará império na miséria do mundo...
Vida sem razão, o sabido absurdo.

(Thiago Nelsis)

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