segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Sou-me (Remorsos)



Já o sentir se instala sem mais pesar,
Mármore frio de meu existir pétreo...
No calafrio de um mal estar funéreo,
Sou coisa-fixa firme nalgum lugar!

Monumentalmente estanque na vida
Passa-se tudo comigo e eu, só (!)
Fria escultura que tornará ao pó;
Já antes disso era a imagem desvalida...

Ideia que ‘sou-me’ – sou nada mais,
Sou isso (que é nada) até não mais ser:
Maquinário de carne, sangue, ossos!...

A engrenagem cessou: já não sou mais.
(Eu) não era nada, não tornarei a ser...
Destroçada a imagem – deixou os remorsos.

(Thiago Nelsis)

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