sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Infernal



Brilhavam, chamas acesas, teus olhos;
E de súbito inflamava o ar em fúria.
Desse teu olhar que é cheio de penúria
A loucura transborda – ares inglórios...

Mas fui eu que sofri em teu lugar!
Que estive acorrentado, sob teu pé
Jorrou meu sangue, minguou minha fé...
E se a mim vi morrer, te vi triunfar.

Pela crueldade que pudeste impor
É que expiaste logo tua própria dor,
Matando-se em nós – os que fez morrer.

Tu és Infernal e Deusa, e és eternal...
Mas não podes aplacar teu sofrer,
Criatura insana! Fria qual teu punhal!

(Thiago Nelsis)

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