Brilhavam,
chamas acesas, teus olhos;
E de súbito
inflamava o ar em fúria.
Desse teu
olhar que é cheio de penúria
A loucura
transborda – ares inglórios...
Mas fui eu
que sofri em teu lugar!
Que estive
acorrentado, sob teu pé
Jorrou meu
sangue, minguou minha fé...
E se a mim
vi morrer, te vi triunfar.
Pela
crueldade que pudeste impor
É que
expiaste logo tua própria dor,
Matando-se
em nós – os que fez morrer.
Tu és
Infernal e Deusa, e és eternal...
Mas não
podes aplacar teu sofrer,
Criatura
insana! Fria qual teu punhal!
(Thiago Nelsis)
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