quarta-feira, 20 de maio de 2015

Manhã de Inverno

Na dança das sombras o fogo estala:
Lenha, brasa, as garrafas vazias...
A fumaça que enfim se esvai e cala
Pr’ouvir lá fora o vento que assovia...

Jogado ao chão da sala eu pesco sonhos
Captando as visões que o vinho deixara...
E descanso enfim meus olhos tristonhos...
Ó noite, partiste em mágicas raras!

Silentes mundos vêm me visitar
– Desprendidos das âncoras do acaso...
E embebido no néctar milenar
(Neste ar de fantasia e de descaso),

Finalmente entre arcanas maravilhas
Perco-me nos abismos da euforia...

(Thiago Nelsis)

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