Na dança das sombras o fogo estala:
Lenha, brasa, as garrafas vazias...
A fumaça que enfim se esvai e cala
Pr’ouvir lá fora o vento que assovia...
Jogado ao chão da sala eu pesco sonhos
Captando as visões que o vinho deixara...
E descanso enfim meus olhos tristonhos...
Ó noite, partiste em mágicas raras!
Silentes mundos vêm me visitar
– Desprendidos das âncoras do acaso...
E embebido no néctar milenar
(Neste ar de fantasia e de descaso),
Finalmente entre arcanas maravilhas
Perco-me nos abismos da euforia...
(Thiago Nelsis)