segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Insomnia



Albergado na ignomínia do ser
Se instala o patife abutre a roer
Da derme as nossas sensações adustas,
E mastigando o intangível degusta

O dissabor donoso do existir...
Engasga-se; bico podre a fremir
As penas de sua contaminação:
Desaparece c’o doente a aflição

Como é pra ser co’a desgraça na vida.
Inditoso o ser humano – não passa
Da iguaria que os vermes comem fria.

Na poça o meu reflexo merencório,
(Este sonambulismo nunca acaba!)
Madrugada! – Meu limbo-purgatório...


(Thiago Nelsis)

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