Sonhei-me congelado além da vida
Jazido sob o pé da estátua de olhar calado
Já no entardecer toda vida desaparecera
Eu permaneci até a manhã seguinte
E vi crescer a estátua de maneira assombrosa
Ante os olhos do monumento a vida é indiferente
Fora tudo fulminado perante sua beleza pétrea.
Vi lá fora o vazio do tempo
Nada além do meu passar despreocupado
Outrora, sonhando por entre as ruas
Povoei-as da vida que inflamava o cenário.
Mas que vazio sou eu enfim
Projetado em cidade-fantasma!
Fantasmei-me em meu pesar por tudo afora...
Sonho agora o silêncio que canta nas esquinas.
- Perambulante, vai vagando
Que é penoso o despertar.
- Perambulante, bebe o sonho
Deste teu existir imortal.
A ideia dança a vida no poema entre as linhas da folha
Deformo a ideia na quebra
da
linha.
Limito o sonho no ponto e vírgula.
Pousou um pássaro nas minhas sinapses
Enredou-se na teia neural que tecia o poema.
E eu me esqueci de tudo.
(Thiago Nelsis)
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