quinta-feira, 17 de julho de 2014

O Espelho

Eu quero me afogar num piso úmido!
Partir dum nada transformado em tudo,
levar minhas cinzas ao sabor do vento...

Com temor e desalento
gargalhar dos meus fracassos
(dói-me a cabeça, os pés e os braços).

Rir, talvez,
ao transbordar meu sangue sujo.
E quem sabe eu
– cria do meu próprio desalento –,
ao engolir com esse sangue e pedras,
todo o nojo que, ao sentir, me afoga...

Não serei nada e assim serei:
entre os seres o maldito,
amante mor do desperdício.

Diante do espelho no qual
minha alma se deformou.

(Escrito por Thiago Nelsis e Henry Rios)

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